domingo, 13 de julho de 2008

Marjane e suas histórias!

Lançado no inicio do ano pela Companhia das Letras, Pesépolis completo reúne as quatro edições de Persépolis, que conta a Biografia de Marjane Satrapi.




"Mas quem diabos é Marjane Satrapi?", diria você. Ninguém,responderia alguém. Então porque seu livro, que é uma História em Quadrinhos, vendeu mais de 400 mil exemplares só na frança e se tornou um sucesso mundial?

Eis a explicação:

Pode não ser a primeira Auto-Biografia em quadrinhos, porém a mais relevante dos últimos anos, escrita por uma mulher, caso pouco frequente na nona arte, uma mulher iraniana, a primeira Hq iraniana, de acordo com o prefácio da edição.

Não é apenas estes fatos históricos que tornam Persépolis uma Hq única. Para entender melhor é melhor termos em mente a história do Irã, um rapido resumo:

A pérsia foi invadida pelos Árabes, os persas forma obrigados a adotar o regime islãmico xiita. Com a morte de Maomé, sua familia foi afastada do poder, que ficou com Ali, primo e genro de Maomé, passando de geração em geração, sendo assim, garantida a permanência do xiismo, como religião.
A pérsia não era mais uma nação, e depois disso foi invadido por diversas vezes e por diversos povos, entre eles, os mongóis e os safávidas.

Após subsequentes invasões e guerras, a pérsia se tornou um conjunto de "dinastias" dominadas por diferentes nações, entre eles Rússia e Inglaterra.
Com a descoberta de Petróleo, os Ingleses passaram a investir ainda mais na economia do país. Em 1925, Razah Khan, deu oficialmente o nome de Irã ao país.

Com a Segunda Guerra o o país foi navamente ocupado, desta vez por Soviéticos,Ingleses e Americanos, que obrigaram o Irã a declarar Guerra a Alemanha.

O lider do País, chamado de Xá, foi substituido diversas vezes até 1979, quando Mohamed Rezah,o Xá, fugiu da revolução islãmica, composta de radicais de Direita que deixaram no poder Islãmicos xiitas. O país, assim se tornou uma "ditadura", com leis embasadas no Alcorão, Livro Sagrado do Islã.

Um regime que perdura até hoje.*

Marjane Satrapi, nasceu em 1969, na revolução de 1979, ela tinha apenas dez anos,é aqui onde começa o Albúm Persépolis. Marj, como é chamada, tem pais politicamente engajados, que ajudam na derrubada do Xá, sem saber que em seguida o país teria um regime autoritário e xiita.

No inicio do Regime, o país entrou em guerra (mais uma vez...) com o Iraque, devido a invasões de áreas as margens do Chatt El-Arab.

Marj era rebelde, não entendia porque tinha que usar o véu, e rezar pelos Martíres de Guerra. Gostava de Iron Maiden e Kim Wilde. Em 1984, seus pais a mandaram para Áustria, para fugir da Guerra. Neste ponto ela vive uma vida tipica de adolescente, cuja as decepções amorosas fazem-na voltar ao Irã. Esta parte do livro é a menos interessante, mas mesmo assim ainda prende a atenção, com as tranformações, principalmente intelectuais, sofridas por Marj fora do Irã.

Quando voltou, a Guerra com o Iraque tinha acabado, as ruas tinham nome de Mártires, Teerã, que era uma capital, estava destruida e tudo havia mudado, menos o regime autoritário que continuava no poder.

Marj se casou, fez faculdade de artes, se separou, foi morar na França, onde vive até hoje.

Uma vida que até certo ponto pode ser considerada normal, porém do jeito que Marjane Satrapi escreve sua própia história, se torna comovente e interesante ao ponto de tornar-se uma leitura, daquelas em que é ímpossivel parar antes de terminar.

Uam boa conclusão é de que podemos aprender muito com a simples vida de uma iranina, uma história belamente contada, com ilustrações cartunescas, porém muito reais aos nossos olhos ocidentais, que poucas vezes vimos a Guerra.
Podemos chamar Marjane de Marj, já que ela nos torna seus amigos e confidentes em seu livro. Uma Incrivel Auto-Biografia Feminina em Quadrinhos.

Pérsépolis é uma edição da Companhia das Letras, ao preço de R$34,00.

Não deixe de ver também o filme de Persépolis, adaptado deste albúm:




Entrando na Moda de Blogs em Geral...Doutor Radioativo ouvindo: Ventania- Só para Loucos



*Dados históricos retirados da Introdução do livro, por David B.
Site História viva

0 comentários:

BlogBlogs.Com.Br