segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Minha Infância na TV


Desde os tempos imemoráveis, a TV acompanha a humanidade rumo ao tédio supremo. Nesses dias de férias que eu estou tendo, voltei a praticar um dos meus vícios que é ver desenhos animados. No meio de tantos alienígenas adolescentes e animes esquisitos, sempre pipoca na minha cabeça as lembranças dos tempos gloriosos de Nickelodeon e Cartoon Network. Passei uns minutos no Youtube e fiz uma seleção das séries que marcaram a minha infância e acredito que de muitas pessoas também.

- Power Rangers

Quantos não foram os que brincaram de Power Ranger no recreio com a galera, recriando a mítica "Hora de Morfar", disputando com unhas e dentes o papel de Ranger Vermelho? A clássica série original que passava na Globo no fim do milênio ganhou uma legião de fãs e uma infinidade de sequências meia-boca que perduram até hoje. Na abertura, além da lendária cena dos morfadores, dá pra ver que a ranger amarela engorda uns vinte quilos depois da transformação. Mesmo assim, nunca mais haverá um lugar como a Alameda dos Anjos na TV.



- O Fantástico Mundo de Bob

Suspeito que nem tantos assim conheçam, mas Fantástico Mundo de Bob foi uma das figurinhas mais presentes nas minhas tardes. Dá pra ver logo pela abertura que o desenho tem um tom Nada convencional. Isso, combinado com uma equipe de dublagem liderada por Sérgio Rufino, me faziam viajar no tapete da sala de estar. Lembro até de apelidar meu macaco de pelúcia(?) de Bob em homenagem ao cabeçudo do desenho. Bons tempos de Fox Kids.



- Rugrats

Que grande epóca teve a Nickelodeon no início do século. Pra mim, o desenho que personifica bem essa fase do canal é Rugrats. Tanto a série adolescente quanto a original possuem uma aura de descoberta e de aventura dentro da rotina de uma família que exemplifica bem a infância e adolescência daquela geração. Além desse, haviam outros desenhos excelentes, como CatDog e Rocko, mas Rugrats me hipnotizava pela sutileza ao tratar coisas triviais da vida pelo ponto de vista de uma criança. A abertura do desenho já vale apenas pela música tirada de algum teclado de brinquedo.



- O Laboratório de Dexter

Esse desenho dispensa apresentações. Criado pelo cartunista russo-americano Genny Tartakovsky, Laboratório de Dexter fazia parte de uma safra sensacional de desenhos produzidos pelo Cartoon Network nos anos 90. Indicado ao Emmy Awards em 2004, esse desenho era extremamente bizarro e beirava ao nonsense. Além dos esteriótipos exagerados e referências nerds, o desenho foi responsável por originar uma outra série animada, Amigos da Justiça, uma sátira ao universo dos super-heróis onde o macaco de laboratório do Dexter aparecia vez ou outra com super-poderes. Eu era fascinado por Dexter, cara. Quem aí lembra o episódio clássico do Omelette Du Fromage? Tá fazendo falta desenhos com esse nível de qualidade por aí:



- Dragon Ball

Dragon Ball era o maior trunfo da Tv Globinho, sempre sendo exibido por último para obrigar a molecada assistir o programa até o final. Apesar das nhenhentas temporadas, a saga de Freeza é um marco no universo dos desenhos animados. Com o ritmo devagar que trouxe fama para a série, os episódios construiam uma tensão ao redor dos personagens, tornando cada mais inevitável um combate entre Goku e Freeza. Trazendo conceitos como treinamento em gravidade aumentada e golpes que abrem o mar ao meio, Dragon Ball ficou famosa e virou febre na epóca pela magnitude das lutas. Para os mais saudosistas, o Cartoon Network atualmente reprisa episódios da série e, em breve, o canal exibirá uma nova versão do desenho, com menos diálogos e mais fiel ao mangá homônimo. Fiquem aí com a Clááássica abertura do desenho:



-BeetleJuice

Baseado no clássico de Tim Burton, o personagem BeetleJuice foi apresentado ao público atráves do filme "Fantasmas Se Divertem" e ganhou uma série animada só sua em 1989, produzida pelo próprio Burton. Sendo exibida aqui no Brasil inicialmente na Record, BeetleJuice foi dublado no Brasil por Nilton Valério, o mesmo dublador do filme. Até hoje lembro de ficar comendo biscoito de chocolate com Coca-Cola enquanto assistia esse desenho cheio de humor negro. A abertura do desenho já é um show à parte:



- O Máskara

Misturando as histórias em quadrinhos com o filme, o desenho mostra o Máskara aloprado, com trajes e movimentos inspirados em Michael Jackson de Smooth Criminal. Um transmorfo e zoador inveterado, o protagonista fazia farra e combatia criminosos capengas, vivendo em uma cidade tão decadente e pertubada quanto Gotham City. Aliás, muito dos personagens que compõe a galeria de vilões do desenho são homenagens aos arqui-inimigos do Batman. Com a marcante dublagem de Marco Ribeiro, eu lembro desse desenho como referência em personagem porra-loca. Quando criança, repetia vários jargões do Máskara, coisas que falo até hoje e esqueço de onde vieram. Só pela abertura do desenho dá pra ver que o Máskara era demais mesmo.

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sábado, 4 de dezembro de 2010

Queria ser triste.

Falar que somos escravos da sociedade, que dependemos de valores e aparências pré-moldadas é chover no molhado. Na verdade, esse problema é menor que nós pensamos e mais ignorável também. Somos presos a correntes sociais eternas e inquebráveis, pela necessidade animal de vivermos em sociedade, de compartilharmos algo com outro grupo mesmo que ele seja minúsculo e insignificante.


Mas como já disse, isso é chover no molhado. Essas correntes nunca irão acabar e dissertar linhas e linhas sobre isso é perda de tempo. O grande problema é que vivemos em uma sociedade onde o pensamento positivo impera, onde o negativismo foi banalizado e o sorriso, mesmo que forçado, tem que ser posto na frente de tudo.

Livros de auto-ajuda, comédias românticas com final feliz...Tudo está armado para você sempre esperar o melhor mesmo que o melhor não venha. Quando uma pessoa está triste, cabisbaixa, ou simplesmente reflexiva ela deve simplesmente mudar de temperamento na hora, mesmo que não o queira. Isso não seria uma espécie de escravidão mental indiretamente induzida?

Na própria cultura pop, que nós tanto amamos, esse caos impera. Como já citei, comédias românticas (de cunho artístico duvidoso) onde impera o positivismo e as "boas mensagens" podem não agradar a todos, mas nas saídas dos cinemas os comentários são quase sempre mais positivos que em filmes mais artísticos e sombrios, como por exemplo o já clássico "Onde os fracos não tem vez" dos irmãos Coen. Na película, não temos um final feliz, e sim um final sombrio mas bem próximo do que seria a realidade. Os comentários do público em geral foram negativos.

Sem querer parecer marxista demais, mas é óbvio que isto está relacionado a cultura do "sonho americano", aquela onde com seu próprio suor o heróis sai da lama a glória, e acaba com tudo bem. Onde finais tristes e pensamentos tristes são sinônimos de depressão, de doença que precisa ser curada já com a sua irritante mania de terapias e medicamentos. Nós como "escravos" da globalização, recebemos essa cultura anexada ainda a nossa própria cultura nacional do "deixa pra lá". Então nós brasileiro temos a obrigação de ser sempre sorridentes, alegres, dançando aos montes, relacionando sempre a tristeza e o negativismo a coisas de certa forma, hediondas.

Na história da humanidade, muitas coisas foram travadas, muitas ideologias foram travadas. Diversas universidades e diversos grupos de estudo gastam tempo estudando esses fenômenos, mas não pensam que existe algo muito maior cobrindo tudo isso, existe um sentimento, UM SENTIMENTO, sendo travado. E travar um sentimento é muito maior do que travar uma ideologia. Travar um sentimento é cortar nossos vínculos com a humanidade.

Sejam felizes. Sejam tristes. Mas sejam humanos. Não esqueçam de sorrir, chorar ,sentir, por que isso faz parte da vida. Não deixem que o mundo ao seu redor controle o que vocês sentem.

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Scott Pilgrim: O Épico dos épicos

A adolescência humana é um dos acontecimentos mais intensos e insanos que se tem notícia. Um turbilhão de sentimentos e pensamentos que começam a aflorar nos corpos maduros de adultos em fase de transição. Todo jovem passa por certas coisas como os namoricos envergonhados, as tardes em frente ao videogame, as tensões em resolver os problemas do dia-a-dia, os ensaios na garagem alheia e as festas homéricas com os amigos. E todos esses pensamentos desembocam em "Scott Pilgrim Contra o Mundo", o filme que finalmente conseguiu sintetizar todos esses devaneios adolescentes em uma película.

No frio inverno de Toronto, o canadense Scott Pilgrim(Michael Cera) é baixista de uma banda indie, chamada Sex Bob-Omb, e divide o aluguel de uma casa com o homossexual Wallace (Kieran Culkin). Entre os ensaios da banda e uma leve paquera com a colegial nipônica Knives Chau (Ellen Wong), Scott se apaixona à primeira vista pela misteriosa americana Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead) e decide namorá-la, mas, primeiro deve enfrentar a Liga dos Sete Ex-Namorados do Mal. A partir daí, o filme toma proporções titânicas, trazendo combates ao melhor estilo 16-bits e várias referências pops a jogos, seriados e filmes.


Numa primeira olhada, o filme pode parecer bastante surreal. Em certos momentos, o magrelo Scott Pilgrim adquire poderes quadrinescos empregados em derrotar sua recém-adquirida galeria de arqui-inimigos, como guitarristas alienígenas e indianos pirocinéticos. As lutas apresentadas no filme possuem um visual bastante inspirado nas histórias em quadrinhos e nos jogos de fliperama, chegando ao cúmulo de surgir moedas toda vez que algum adversário é derrotado.

Dentro do filme, existe uma fusão entre a música indie e os games de 16-bits que se estende para todo o resto da narrativa. As canções apresentadas pela fictícia banda Sex Bob-Omb são tão barulhentas quanto rebuscadas, bebendo bastante das tendências atuais. Grande parte da trilha sonora teve a mão de Brian LeBarton, tecladista e diretor musical da banda Beck, famosa entre os apreciadores da cultura indie.


Na trama, somos apresentados à figura misteriosa de Ramona Flowers, um nome já associado ao azar, graças ao longo período de tempo onde as rádios se recusavam a reproduzir musicas com esse título. A medida que a narrativa transcorre, vemos o "heróico" Scott Pilgrim ludibriar sua ex-namorada apenas para ficar com Ramona, porém, para isso, ele passa por uma série de problemas e complicações. Quem nunca sonhou em resolver as dificuldades da vida como os super-heróis fazem? Surrando o cara mal, resgatando a mocinha e salvando o dia? Mesmo assim, nada é tão simples assim e o protagonista paga pelas suas escolhas precipitadas.

Na direção, o britânico Edgar Wright demonstra uma paixão pulsante pelo seu trabalho, apresentando uma linguagem rápida, mas que não é confusa, o que casa bem com a geração atual que cresceu no meio de celulares e computadores. A montagem das cenas é excepcional, digna de ser documentada e distribuída nas salas das faculdades de Áudio Visual. O elenco, inspirado, é repleto de figuras pouco conhecidas pelo público, mas extremamente competentes. O protagonista Michael Cera entrega sua melhor performance, mostrando que nasceu para interpretar Scott Pilgrim. Dentro da Liga dos Ex-Namorados, temos super astros como Chris Evans e Brandon Routh, que aparecem pouco mas fazem bonito.


Baseado nos quadrinhos homônimos, "Scott Pilgrim Contra o Mundo" é a síntese da adolescência em frames, misturando toda a cultura pop de games, filmes e clichês românticos em um único filme. Assim como o autor da obra original em quadrinhos, Bryan Lee O'Malley, o diretor mostra que a vida é dividida em fases, como um jogo de videogame, e que não importa o número de vezes que você morra ao enfrentar o chefão, sempre existirá uma vida extra para você tentar outra vez. Fique com o trailer do filme mais épico de todos os tempos:


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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Os Simpsons - por Banksy



O assunto em destaque na internet nesta segunda-feira é a polêmica abertura do seriado "Os Simpsons" feita pelo famoso grafiteiro inglês Banksy.

O desenho animado "Os Simpsons" já é consagrado e se tornou uma das séries mais duradouras da TV de todos os tempos, sempre causando polêmica ao criticar e fazer piadas com tudo e com todos, inclusive sendo pivô de muitos polêmicas no decorrer dos 22 anos em que está em exibição.
A abertura feita por Banksy causou todo este frenesi por que dá a entender que a Fox utiliza trabalho semi-escravo na produção da série e de seus derivados (bonecos, dvd's e etc), fato este que não pode ser comprovado, mesmo tendo em vista que a Fox realmente usa mão-de-obra sul-coreana na produção de seus produtos.

O mais estranho de tudo isso, é que a abertura não foi apenas espalhada na internet mas exibida pela própria Fox no dia 10 de outubro! Não fosse apenas isso, o produtor da animação Al Jean jogou mais lenha na fogueira ao declarar "Isso é o que você ganha quando terceiriza", ao brincar sobre o ocorrido.

Assita a abertura acima e conheça um pouco mais do trabalho de Banksy em seu site oficial.

Tire suas próprias conclusões enquanto animadores se demitem e pseudo-intelectuais dizem por aí que a abertura só mostra a "verdade sobre o capitalismo", algo que nunca foi segredo pra ninguém.

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domingo, 10 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 : Faca na Bandeira


No Brasil, existe uma espécie de Sistema imposto pela sociedade hipócrita que fazemos parte. Os traficantes são protegidos por ativistas e seus Direitos Humanos, os policiais causam medo nos cidadãos e os politícos maestram todo esse espetáculo do rídiculo detrás de suas mesas de gabinete. Esquerdistas, facistas, humanistas e outros grupos ideológicos entram em conflito enquanto a população nacional fica anestesiada pela intimidação dos bandidos e o poder da lei. Em epóca de segundo turno nas eleições, o filme "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro" chega às salas de cinema e traz ao público a história do Coronel Nascimento contra esse Sistema.

Situado quinze anos após o fim de "Tropa de Elite", essa sequência mostra o amadurecimento dos personagens do primeiro longa-metragem. Após um massacre feito pelo BOPE durante uma revolta em Banguu I, o agora Coronel Nascimento vira o mais novo herói do estado do Rio de Janeiro e acaba ganhando o cargo de sub-secretário de segurança. Uma metalinguagem poderosa, já que o personagem de Wagner Moura virou ídolo da nação depois do primeiro filme. Mais consciente do que antes, agora Nascimento vê suas crenças serem destruídas ao perceber que o buraco do Sistema é mais em cima do que imaginava. Lá pelas bandas de Brasília, por ali.


Como uma sequência, "Tropa 2" é mais do que eficiente. Os principais personagens reaperecem, uns mais que outros, mas cada um deles com uma evolução visível. Agora, Matias é o capitão do BOPE, determinado a resolver tudo na base da bala, e Nascimento, interpretado de forma genial por Wagner Moura, é um engravatado perdido na sua cruzada contra o Sistema. Em "Tropa de Elite", vemos a história atráves do olhos facistas de Capitão Nascimento. Aqui, somos apresentados a todos os pontos de vista e é entregado na nossa mão a tarefa de escolher a melhor opinião. É tanto que o coronel Nascimento, narrador-personagem do filme, muitas vezes se mostra em dúvida sobre sua luta contra o Sistema.

Com um roteiro mais pesado, o diretor José Padilha mostra um filme menos movimentado e mais focado em cutucar a ferida aberta da corrupção no Brasil. Sem firulas e eufemismos, ele vai direto ao ponto de uma forma brutal e crua. Um soco de cultura na cara do telespectador. Agora, o vilão não é o traficante nordestino de vida sofrida ou o playboy maconheiro, mas os politícos e PMs do Rio de Janeiro. E o mais poderoso é que o filme pergunta, com todas as letras: "E quem é que financia isso tudo?"


Nesse filme, somos apresentados há uma ficção que, infelizmente, tem muitas semelhanças com a realidade. Na telona, o super-herói brasileiro Nascimento bate de frente contra os políticos corruptos, entretanto, na vida real, a história é outra. Os problemas no Brasil não possuem um corpo que possa ser destruído ou um rosto que possa ser surrado. A luta contra o vilão da Corrupção é cansativo e dura anos, mas, cedo ou tarde, nós teremos que exterminá-lo. Pelo menos, antes que o Sistema consuma tudo da pátria com suas facadas na nossa bandeira, que a impedem de tremular no horizonte do progresso.

Trazendo a maior bilheteria já feita por um filme brasileiro no seu fim-de-semana de estréia , "Tropa de Elite 2" chega aos cinemas dando um tapa na cara no cidadão comum de classe média e mostrando sem dó as chagas da nossa sociedade. O filme oferece a platéia um roteiro denso, uma história bem-amarrada e cenas soberanas, que não devem nada a clássicos como "O Poderoso Chefão". Dá orgulho ver um filme de tão alta qualidade sendo feito em solo brasileiro. Entretando, vale lembrar que "Tropa 2" foi adiado pelo governo para três meses depois da data estipulada, exatamante depois das eleições, portanto, assista esse filme não apenas para gritar, não apenas para sair da sala de cinema batendo palmas, mas também para lembrar: Antes de Che Guevara, Calígula ou Tiririca, pensa no solo onde pisa e no céu que te cobre. Não venda a alma do pobre Brasil para oportunistas e corruptos. Deixe um pouco A Fazenda de lado e exerça seu papel de membro da nação.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

25 Anos de Super Mario!

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Origem: O Sonho é real.



Certa vez, um pensador falou: "Não importa quanto tempo passe, o maior adversário do homem sempre será ele mesmo". O ser humano tem como obrigação natural desbravar tudo que lhe desafia a lógica. Colonizamos continentes selvagens e mapeamos as estrelas, porém, nós nunca conseguiremos controlar nossa mente por inteiro. Não se pode dar fronteiras ao subconsciente nem se explicar cientificamente a imaginação. O homem tem medo do que não conhece e faz parte d'A Origem do homem temer o seus monstros interiores. E é desse ponto que o novo filme de Christopher Nolan começa.

Nolan é um dos grandes nomes do cinema moderno, que entrega ao seu público não apenas bons filmes, mas experiências, que continuam fora da sala de cinema. Com "Amnésia", ficamos tão perdidos quanto o protagonista ao vermos suas memórias embaralhadas. Com "O Grande Truque", somos alvo de um truque de ilusão orquestrado durante o filme inteiro. Com "Batman", sentimos o pesar de Bruce Wayne, acompanhamos sua jornada de homem que se torna lenda e somos postos à prova com as piadas insanas do Coringa.E aqui, com A Origem, Nolan nos entrega seu melhor trabalho, que nos faz pensar e criar nossas próprias teorias. Em um pouco mais de duas horas, o filme insere nas mentes da platéia uma série de idéias e nos faz sair do cinema nos perguntando: "Será que estou sonhando agora?"


O filme é, acima de tudo, uma ficção científica. A história contada se passa em um terreno pouco explorado até hoje, o mundo dos sonhos, e para defini-lo se estabelece regras nesse universo imaginativo. Regras que, durante a trama, são utilizadas para causar um conflito. Um bom exemplo disso é o conceito do tempo passar mais devagar nos sonhos. Afinal, quem nunca sonhou que viveu por horas e, quando acordou, percebeu que havia passado apenas cinco minutos?

Apesar disso, o que mais chama atenção do filme não são as situações criadas graças ao mundo dos sonhos, mas, sim, o percurso percorrido pelos personagens. Logo no início do filme, vemos um homem aparecer perdido em uma praia. Esse homem é Dom Cobb, o protagonista do filme e o centro de todas as teorias sobre A Origem.

Dom Cobb(DiCaprio), exímio ladrão de sonhos, vive uma vida de arrependimento após a morte de Mal, sua esposa, até que um empresário contrata seus serviços, oferecendo como pagamento a volta dele para casa. O personagem Cobb não é épico e não apresenta nenhum traço marcante, mas é impossível não se cativar por ele e sua jornada. Como todo protagonista dos filmes de Nolan, aqui ele mostra ao telespectador um homem comum, arrependido e assombrado por um passado nebuloso, tentando consertar à todo custo os seus erros. Ao contrário de Matrix, aqui o "mundo alternativo" não funciona como prisão, mas como uma chance de redenção. A Origem não é sobre um grupo de ladrões atrás de fazer um trabalho ou é sobre uma aventura no mundo dos sonhos. Esse filme é sobre Dom Cobb e sua busca desesperada pelo seu retorno para casa. E é fascinante o jeito que Nolan nos cativa e nos emociona, mostrando os percalços de Cobb para fugir de seu remorso, personificado no mundo dos sonhos como a Mal. É isso que nos assombra em A Origem. No mundo dos sonhos, os nossos arrependimentos ganham forma e tentam nos consumir.


O cinema de Nolan não é o mais perfeito, mas agrada facilmente qualquer um. Seu estilo, inspirado nos thrillers Hitchcockianos, carrega uma carga de terror e noir. Na maioria dos seus trabalhos, Nolan nos mostra cenas ou momentos em específico que funcionam como símbolos dentro de suas tramas. Em "Batman - O Cavaleiro das Trevas", na cena em que Coringa está pendurado de ponta-cabeça, a câmera se inverte e fica também de cabeça para baixo, só para representar que aquele é o jeito que o Palhaço do Crime vê o mundo, de cabeça para baixo. Em A Origem, ele repete isso, transformando coisas extremamente pequenas, como um pião girando ou uma taça se quebrando, em símbolos que fazem o telespectador esbugalhar os olhos e grudar na cadeira.

A trilha sonora do filme também merece destaque. O competentissímo compositor Hanz Zimmer, que já trabalhou com Nolan em Batman, nos apresenta melodias frenéticas nas horas de colapso e músicas ao piano em momentos-chave. Os últimos minutos do filme, acompanhados por um piano delicado, são de perder o fôlego de tão bem tratados. Agora, sobre a música-tema da trilha sonora, Zimmer colocou uma surpresa:



A música-tema da trilha sonora do filme é, na verdade, a versão em rotação baixa de "Non, Je Ne Regrett Rien", música que os viajantes dos sonhos usam quando estão dormindo para sincronizar a hora de acordar! Isso tudo foi apenas para nos dar a sensação de que estamos no mundo dos sonhos!

Agora, sobre o elenco, o filme está recheado de uma grande diversidade de atores extremamente competentes. Entretanto, temos que dedicar um espaço para Leonardo DiCaprio. Se DiCaprio chamou a atenção do mundo em "Titanic", ele atinge com louvor a maturidade como ator interpretando o "naufragado" Dom Cobb. Chega a ser irônico, já que Jack morreu após o navio afundar e Cobb surge perdido em uma praia, carregado pelas ondas. Em A Origem, DiCaprio interpreta na medida certa o papel de homem em conflito interno. Ao contrário de "Ilha do Medo", onde DiCaprio interpretra papel semelhante, aqui nós realmente vemos, de forma genial, o caminho traçado por um homem para combater seus arrependimentos.

Quando o filme termina, o telespectador se sente despertar, como se tivesse acabado de levar um Chute. A Origem é um sopro de criatividade em Hollywood e mostra que não é só de explosões que se faz bons blockbusters. Venha, compartilhe o sonho também! Ou quer se tornar um velho, cheio de arrependimento, esperando sozinho pela morte?

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A história da música Pop em 4 acordes

O video não é novo e talvez vocês já o tenha visto, mas se não viu realmente vale a pena e se já viu, curta novamente.

O grupo humorístico australiano "Axis of Awesome" criou a música " 4 Four Chord Song" onde eles passeiam por toda a história da música Pop em apenas 4 acordes.
É interessante notar que com a o arranjo certo, todas as músicas acabam mesmo ficando parecidas.

Assistam o vídeo:



Caso você não conheça todas as músicas tocadas no vídeo, vale a pena correr atrás da maioria.
Vale ressaltar que em nenhum momento os artistas são acusados de plágio, o video apenas faz comédia com um bom arranjo musical para nos deixar curiosos sobre o fato.

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