sexta-feira, 25 de julho de 2008

A História das HQs – Strips and Strips




E de extrema dificuldade precisar como, quando e onde surgiram as Histórias em Quadrinhos, assim como é difícil citar e listar os seus momentos mais importantes, uma tarefa que dificilmente alguém conseguirá cumprir, porém, ao fazer este Artigo, tenho o objetivo de divulgar as Histórias em Quadrinhos como um todo, sem discriminações, fazendo um breve resumo daquilo que podemos chamar de “História das Histórias em quadrinhos”. Listando assim momentos da História que marcaram e ajudaram a elevar aquilo que era tido como hobbie de poucos, a status de arte, arte gráfica, a Nona Arte. Óbvio que faltam momentos, mas com certeza os mais importantes estão aqui.

Em 1827, foi publicada M. Vieeuxboi, do pedagogo e artista suíço Rudolph Töfler, uma crônica que por seu formato diferenciado dos livros, ficou conhecido como ”literatura de estampas”, foi o primeiro passo rumo à criação das HQs.

Em 1865, Wilhelm Busch, publicou Max and Moritz, que pode ser tida como a primeira HQ da história, foi precursora inclusive de Yellow Kid, a primeira HQ a utilizar balões de fala. Yellow Kid foi publicada nos Estados Unidos em 1895, em jornais sensacionalistas, é devido a este personagem que hoje a imprensa sensacionalista é chamada por lá de Jornalismo amarelo. Foi a partir daí que as Histórias em Quadrinhos viraram moda nos Estados Unidos e no Mundo. Nesta época surgiram as Daily Strips, publicadas em jornais com uma história completa por dia. Sempre com temas voltados ao publico de baixa renda que vivia nos becos, formado, em sua maioria, por imigrantes.

Após a proliferação das HQs pelos Estados Unidos, estas foram divididas em estilos: Animal Strips, Kids Strips, Family Strips e Girls strips. Os estilos eram definidos de acordo com o tipo da história. Uma das mais famosas Kids Strips foi Peanuts de 1950 do autor Charles Schulz, que no Brasil se tornou Minduim, mas ficou mundialmente conhecida como Snoopy. Sem esquecer que antes disso, em 1929, Walt Disney, lançou o primeiro filme de Mickey Mouse, que mais tarde invadiria as HQs também.

Para mostrar o quanto as HQs podem influenciar o mundo a sua volta, as Girls Strips foram muito importantes na aceitação da liberdade feminina na época, tanto no mercado de trabalho como na liberdade sexual e no direito ao voto. Foi em 1932 que foi publicada a primeira tira de Jane Pouca Roupa, a primeira HQ erótica de que se tem notícia.

Apesar de tudo, o gênero que ficaria mais famoso e revelaria artistas tidos como mestres até hoje, foi o Adventure Strips, que, como o nome sugere, contam historias de aventura. Em 1905 Winsor McCay, lançava Litlle Nemo in Slumberland, que contava histórias do pequenino Nemo, vivendo aventuras fantásticas em sues sonhos intermináveis, que continuava toda vez que ele dormia, foi inclusive a primeira HQ a ter uma “cronologia” a ser seguida, pois os sonhos sempre começavam onde o último havia terminado.

Nesta época além das HQs, outro meio de entretenimento existente eram os pulps, contos impressos de forma barata, que contavam pequenas novelas. Foram nos pulps que surgiram personagens como Tarzan, Ka-Zar, Buck Rogers, todos futuramente adaptados para as HQs. Uma das editoras mais famosas de Pulps desta época era a editora de Martin Goodman, editora esta que, muito futuramente, iria se tornar a Marvel Comics.

Além das adaptações dos pulps para as HQs, surgiram outras Adventure Strips, como Tintin, na Bélgica, aventuras internacionais de um repórter sempre acompanhado se seu cão Milou, escrita por Hérge, responsável pela criação do termo “Escola de Bruxelas” que definia artistas influenciados por ele.



Em 1934 Lee Falk, criava Mandrake, um mágico, que ficou conhecido por ser o primeiro herói a ter Super-poderes, apesar de seus feitos serem revelados sempre como simples truques de mágica e não poderes sobrenaturais. O Mesmo Lee |Falk, 1936, criou O Fantasma, herói que definiu de uma vez por todas o conceito de continuidade e cronologia nas HQs. Já em 1937, Hal Foster, publicava Príncipe Valente, HQ medieval, com ilustrações ricas em detalhes e muita pesquisa histórica. Nos anos 30, também surgiram personagens famosos como Dick Tracy e Flash Gordon. Em 1945 surgiu o Personagem Corto Maltese, de Hugo Pratt e em 1959 nascia na Europa a revista Pilot, coletânea de vários autores e personagens, entre eles, Asterix, de Goscinny e Uderzo.



No ano de 1940, as HQs viram nascer seu primeiro revolucionário, Will Einer, publicou nesse ano The Spirit, as histórias de um detetive mascarado que combatia o crime com muita astúcia e inteligência. Einer revolucionou a maneira de desenhar e roteirizar HQs, com roteiros ágeis e ousadia no desenho, sempre trabalhando muito bem com luz e sombra, Einer se tornou um mestre, dando nome, inclusive, ao um renomado prêmio de HQs nos Estados Unidos.

Na década de 50, no Japão, onde as HQs, clamadas de mangás, já faziam parte do cotidiano da população, Surgiram Personagens como Astro Boy e Princesa Safiri, de A princesa e o Cavaleiro, ambas de Osamu Tezuka, autor que, assim como Einer fez com os Comics Americanos, revolucionou a maneira e a estrutura dos Mangás, criando inclusive uma conhecida característica de um mangá, os olhos grandes, para mostrar expressividade, influenciado, principalmente pelos desenhos da Disney, com os quais teve contato.

Antes disso, porém, em 1938, foi quando surgiram nas HQs as histórias de aventura que identificam as HQs até hoje, os Super-Heróis.

Para evitar que muita informação seja passada de uma vez, sem tempo de absorver, vamos parando por aqui, por enquanto, em breve a Parte dois das Histórias das HQs: Os Super-Heróis. Não Perca!

Bibliografia da Parte 1:
- 2004. Kaboom Quadrinhos Ano1 nº 1- Editora Eclipse
- 2000. Tintin Et’moi – Video-Documentário Biográfico de Hergé
- 2004. Osamu Tezuka – Uma Biografia Mangá- Editora Conrad

1 comentários:

Sr.C disse...

Show de bola o artigo!!!

Só uma curiosidade:Tintim foi o primeiro a usar um topete, ele foi o "criador do topete".Uma coisa que é usada por todo jovem moderno vem diretamente dos Hqs.

Depois diz que Hq não influencia o mundo...

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