quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Os Meus Deuses usam Capas e Máscaras


Muitos sabem desde pequeno várias coisas sobre o universo fictício dos super-heróis, coisas como a verdadeira identidade do Batman ou qual é a fraqueza do Superman. Afinal, o que não falta no mundo é filmes e desenhos animados sobre esse famigerado gênero. Mas o que poucos pensam depois de mais velhos é sobre o simbolismo que impera entre esses personagens aparentemente infantis. Pode até não parecer, mas os heróis da nossa infância são metáforas.

Desde referencias bíblicas até inspirações renascentistas, os super-heróis foram concebidos por meio de símbolos imponentes que, apesar de uma criança de 5 anos não perceber, remetem sempre a coisas profundas como a Bíblia ou a filosofia. Pegue como exemplo o famoso Superman.


Vindo de um lugar distante, Ele foi enviado por seu pai para a Terra com o único objetivo de guiar a humanidade rumo à paz. Caso você não tenha percebido, caro leitor, Superman é uma clara metáfora a Jesus Cristo. A origem do super-herói mostra bem a dubialidade proposital dos criadores do personagem que fizeram isso com o propósito de haver comparações. Também há o fato do nome kriptoniano do Superman ser "Kal-El", sendo que o El em hebreu quer dizer "Deus"

Com a mesma simbologia que Jesus de Nazaré, Superman funciona dentro do seu mundo fictício como o "Salvador" da Terra, como um deus fantasiado de super-herói, que zela pelos mortais que vagam pelo mundo.

Outro caso de "endeusamento" de um super-herói aconteceu com Flash. Inspirado em Mercúrio, deus romano da velocidade, a primeira encarnação do herói exibia um capacete com raios e um par de asas nos sapatos, exatamente a mesma vestimenta que o Deus da velocidade! Só depois foi aparecer o uniforme escalarte clássico que cobria o corpo todo.


O mais famoso caso de super-herói conhecido pelas crianças que é um poço de tanta filosofia escondida é o Batman. Sendo o primeiro super-herói que nasceu após um assassinato, Batman é conhecido pelos temas obscuros na sua criação. Se você observar as pinturas do século XII que retratam o Inferno, verá frequentemente morcegos, pelo fato delas serem criaturas noturnas associadas a demônios pela cultura da epóca. A escolha de um "Morcego" como elemento-chave do personagem não foi à toa.

Quando foi concebido, o objetivo era fazer de Batman um personagem voltado para as Trevas. Nascido após uma trágedia, usando o símbolo de uma criatura noturna, os criadores do personagem queriam fazer dele uma espécie de demônio renegado dentro do seu universo.



Os chamados super-heróis que vivem no consciente popular e sempre são ligados a crianças nem sempre são tão simples assim. Após uma observação, se percebe que eles não foram criados apenas para serem "superamigos". Na essência, eles são simbolos personificados. Forças da natureza maquiados de super-heróis, para que a sociedade os compreenda. Resumindo, deuses que usam capa e máscara.

1 comentários:

Doutor Radioativo disse...

Bélissimas observações...Depois de certo tempo lendo quadrinos, algumas observações como essas são até fáceis de se fazer, mas ir tão a fundo assim no tema e necontrar todos estes paralelos é um verdadeiro trabalho de investigação.

Somente o fato do Batman não é absolutamente verdade, já que essa aura "gótica" e "Soturna" é bem recente e suas primeiras histórias basicamente são contos detetivescos com um clima típico dos super-heróis nos anos 40, sendo assim, as referências citadas no texto não veem de seus criadores, mas de seus mais recentes escritores.

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