-Eu desejo saber tudo!
Bons tempos quando a ciência não precisava era explicada, afinal, ela era apenas uma bobagem para lunáticos que fugiram da catequese aos 11 anos de idade.
Hoje em dia tudo é diferente. Cientistas são superstars, premiados (pasmem) com o maior prêmio da história. Um tal de Nobel.
Filmes, livros, quadrinhos e diversos outros objetos de cultura pop são criados pra falar SOBRE CIÊNCIA. As crianças até aprendem ciência na escola.
Mas, tudo isso tem um porém. Químicos, Físicos e Biólogos tem um ponto fraco em comum. Não sabem escrever. Um jornalista, um poeta, um romancista, todos esses tem um poder de síntese. A capacidade de fazer com que seus leitores entendam perfeitamente a ideia que eles querem passar sem maiores dificuldades. Essa falta de síntese as vezes se torna até elemento icônico para certos cientistas. Einstein ficou conhecido por criar um teoria que (segundo a lenda) só podia ser entendida por 5 pessoas em todo o planeta (A teoria da relatividade geral).
Mas, nem todos tem o poder impositivo de Einstein. Por isso, muitas obras entraram para a história como descobertas cientificas initeligiveis, o que criou inclusive, uma má-fama para os cientistas. Até mesmo o grande Stephen Hawking é incompreendido as vezes. A ciência necessitava de um jornalista, de um poeta, de um romancista para sintetizar o TUDO cientifico. Do big bang ao homo sapiens. Da relatividade para a macro ciência até o número quântico para a micro ciência. TUDO, literalmente.
Esse homem foi Bill Bryson.
Jornalista americano, Bryson já era conhecido por seu poder de sintetizar quando praticamente revisitou toda a história estadunidense em Crônicas de um país bem grande e Uma caminhada na floresta: redescobrindo os Estados Unidos pela trilha dos Apalaches. Mas, foi com Breve história de quase tudo que Bryson, simplesmente, fez com que o mais vagabundo dos estudantes (EU) visse a física, a química, a biologia e a genética não como monólogos chato, sem sentido e objetivo, mas sim como uma história fantástica, que nada deve aos nossos contos de ficção-cientifica, que, no fim, sempre pode voltar ao início e nos dar alguma revelação surpreendente.
O grande trunfo de Bryson é se prender aos cientistas, e não a suas descobertas. Assim, vemos histórias fantásticas por trás de todas as grandes descobertas, que envolvem traições, assassinatos, intrigas e, muitas vezes, um esquecimento gerado pura e simplesmente pela falta de carisma do pesquisador. Por que se ater a descoberta dos dinossauros, se podemos também observar toda a mudança social que os museus de paleontologia geraram no séc. 19? Por que olhar apenas para a descoberta da relatividade, se também podemos ver toda a caminhada Einstein até esse momento fatídico? Transformar ciência em narrativa é algo tão difícil quanto a própria ciência, e Bill Bryson faz isso com uma maestria invejável.
Fica aí a dica pra todos que querem compreender a ciência pelas palavras de quem foi treinado para escrever. E a escrita é o que, senão uma grande descoberta?
4 comentários:
concordo,,, eu mesmo não sou nenhum biólogo nem químico muito menos físico. Mas gosto dessas materiais, exceto biologia,,,, e tenho como as mais odiadas as materiais, literatura, português,,
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