sábado, 2 de agosto de 2008

A História das HQs – I Can Fly



Como foi visto na parte um, as HQs alcançaram muita popularidade na década de 40, a principal causa desta popularidade foi o lançamento, em 1938, de Action Comics nº 1, trazendo a origem do Superman, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster. Os dois criaram o personagem em 1933, porém, foi rejeitada por muitos jornais da época. Em 1933, as HQs deixaram de ser publicadas em Jornais e passaram a ter Revistas em Formato Americano, graças a uma idéia de Maxwell C. Gaines, que queria republicar as tiras de Jornal para usar em campanhas publicitárias, a primeira revista neste formato foi Funnies On Parade.
Este formato abriu espaço para que editoras especializadas em Histórias em quadrinhos fossem criadas, assim surgiram em 1935 a National Comics, de Malcom Wheeler, a Detective Comics Inc., de Harry Donenfelde a All-American Comics de Maxweel C. Gaines. Em 1936 a National e a Detective Comics se uniram, passando a se chamar National, mas mantendo o símbolo DC, da Detective Comics. Em 1937 a All-American firmou uma parceria com a National e passou a publicar algumas revistas com o logo DC.

Siegel e Shuster já estavam trabalhando para All-American, criando alguns personagens, agora com o tratado entre All-American e National, os dois conseguiram vender a idéia para o Editor-Chefe da National, lançando assim Action Comics nº1, com o conto “The Reign of Superman”, que foi um tremendo sucesso. Devemos lembrar que em 1938, ainda não havia a TV, e as únicas formas de Diversão, além dos pulps e das HQs, eram as matinês dos cinemas.

Uma curiosidade interessante, é que o Superman, não voava em sua primeira história, apesar da criação do avião, por Santos Dumont, em 1906, o conceito do “homem que pode voar”, ainda era absurdo demais na mente das pessoas. Porém era inegável que um Homem que veio de um planeta distante, que podia “saltar” grandes alturas, e tinha uma enorme força, não era como os heróis de antes, mesmo o Sombra de 1931, só ganhou poderes depois de 1940. A única exceção é o Mandrake de Lee Falk, porém seus “poderes” sempre foram atribuídos a truques de mágica.

Depois do sucesso de Action Comics, o gênero Super-Herói nasceu e se proliferou por todos os comics da época. Surgiram inúmeros plágios do Homem de Aço, como por exemplo, Wonderman, em 1939 na Wonder Comics nº 1, criação de William Erwin Maxwell, pseudônimo de Will Eisner, o mesmo que em 1940 revolucionária os comics com The Spirit. Também em 1939, nasceu o Batman, na Detective Comics nº 27, criado por Bob Kane. Wonder Comics chegou a ter nº 2, mas sem Wonderman, graças a um processo da National.

Em 1939, Eisner criou Dollman, na Feature Comics nº 27, ainda em 1939 a All-American publicou Flash Comics nº1, onde nasceu o personagem Flash e também o Gavião Negro.




Também em 1939, foi criado o Namor, por Bill Everet na Motion Picture Funnies Weekly, história esta que mais tarde foi anexada à revista Marvel Comics nº 1, primeira iniciativa de Martin Goodman, famoso editor de Pulps, nas HQs, pela editora Timely Comics. Nesta revista além do conto de Namor, foram apresentados Tocha-Humana, KA-Zar (que já existia nos pulps de Goddman), The Angel e Masked Rider.

Em 1940, os Estados Unidos ameaçam se envolver na guerra na Europa, então surgiram muitos heróis com o intuito de divulgar o patriotismo, Como The Shield, por exemplo. O primeiro Grupo de Super-Heróis foi a Sociedade da Justiça publicada na All-Star nº3.

As mulheres super-poderosas apareceram pela primeira vez, em meados de 1940, como Lady Lucke e Viúva Negra (esta última publicada por uma das editoras de Goodman, mas sem relação com a personagem de hoje da Marvel Comics).

A Mulher-Maravilha surgiu Na All-Star nº 8, com certeza a super-heroína mais importante da época. Em 1941, surgiu mais um herói patriótico, O Capitão América, de Joe Simon e Jack Kirby. Muitos outros heróis foram criados, como é possível ver o sucesso de Action Comics foi extremamente influente na cultura em geral dos Estados Unidos.



O filho do criador do formato americano, Wiliam M. Gaines foi o criador da EC. Comics, editora responsável pela popularidade das HQs de Terror, editora esta que alcançou um imenso sucesso, mesmo em meio aos Super-Heróis que dominavam a cena.

Em 1941, os americanos entram oficialmente na guerra, muitos autores de HQs são convocados a lutar e começa a decadência do Mercado de HQs, graças à escassez de autores. Porém o sucesso ainda durou bastante, até a volta dos soldados, afinal com o Fim da Guerra, que sentido tinham os heróis patrióticos, ou mesmo os super-heróis, os americanos tinham vencido a guerra e foi sem a ajuda de nenhum Superman.

Os super- heróis entraram em Queda, assim a editora mais popular era a EC. Comics, por isso praticamente todas as editoras passaram a publicar HQs de Terror e foi criada a revista MAD, de humor, isto ocasionou um imenso movimento anti-quadrinhos nos Estados Unidos, seu Estopim foi em 1953, com a publicação de Seduction of Inocents, do Psicólogo Frederic Werthan, que dizia que as HQs eram má influência para as crianças. Tudo isso levou a criação, em 1954 do Comic Code Authority, a partir dali, todas as revistas deveriam ter o selo do código para poderem se vendidas, o código ditava inúmeras regras para as HQs, regras essas que limitavam todo tipo de violência e Sexualidade. É óbvio que todas as HQs de Terror foram canceladas, a EC. Comics foi à falência.

Aliado ao código vinha também o surgimento da TV, como forma de entretenimento, o que só ajudou na decadência do mercado de HQs.

A National, já chamada de DC Comics era a única que ainda insistia nos super-heróis, mesmo que estes não vendessem metade do que venderam um dia, e a Marvel, que era conhecida como Atlas nesta época, apostava em contos de aventura e romance, com as famosas Tales of Suspense e Tales to Astonish.

Em 1956, a DC reformulava Flash e em 1959, o Lanterna Verde. Reformulações essas que fizeram sucesso e levaram a outras reformulações. Em 1958, surge a Legião dos Super-Heróis e em 1960 a Liga da Justiça. A Atlas, que já adotava o nome Marvel Comics, publicou em 1962, Fantastc Four nº 1, com o Quarteto Fantástico e em 1962, Amazing Fantasy nº 15, como o Homem-Aranha. Fatos estes que retornaram os Super-Heróis ao seu lugar de destaque que sempre mereceram.

A segunda parte desta matéria ficou um pouco grande, porém os Super-Heróis merecem. Em Breve a Parte três, afinal não eram todos que respeitariam o Comic Code, Surgiu Robert Crumb, o “papa do underground”, e os super-heróis vão sofrer mais uma crise. Não Perca!

Obs.: alguns heróis e revistas não tem créditos de autores, que foram cortados, para que o texto ficasse menor e menos pesado para ler.

Bibliografia Parte 2:

-2004. Kaboom Quadrinhos Ano 1 nº 1- Editora Eclipse
-2008. As eras dos quadrinhos, texto de Guilherme Smee, publicado no Fanboy

4 comentários:

Filipe Araújo disse...

To gostando muito da série...faz o Radioativo ficar com conteúdo mais denso, e bem melhor para pesquisas...

Sr.C disse...

Muito boa!!

Um dos melhres artigos que o Radioativo já teve!

DC vinda das iniciais "Dectetive Comics", a caça as bruxas nos Hqs, heróis pioneiros...Demais!

Filipe Araújo disse...

Melhor que esse artigo só os do Inconformado...ops...=p

Deilson Magal disse...

Não li, mas PARABENS James!!!

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