quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sim, eu vi Avatar


E recomendo.


Acreditem, é o filme pra salvar 2009 (ano ruim para o cinema).

Falando em termos lógicos, o filme não é tão bom.Mas ele é revolucionário, muito revolucionário.

Fator número 1:Efeitos especiais.

Dizer que os efeitos especiais não fazem o filme é totalmente correto.Mas excluí-los do processo crítico é excluir um pedaço do filme.E nesse caso eles devem ser notados.

Poderia gastar minhas preciosas linhas falando sobre o caminhão monstruoso de dinheiro gasto pra realizar.Mas não vou faze-lo

O que vou fazer é, simplesmente falar que James Cameron usou sua conhecida inteligência para aplica-los de maneira útil.Eles são facilmente aplicáveis ao filme e a película não funcionaria sem eles.Não só pelo apelo estético, mas o tom que foi dado a esses efeitos se entrelaça ao roteiro, tornando-os parte essencial.

Diferente de películas como Watchmen, onde os efeitos estão ali para aumentar a bilheteria.Fica mais próximo de Matrix, onde os efeitos são necessários e alteram a história.

Fator número 2: Criatividade

O filme apresenta uma inversão dos dogmas e medos americanos, apresentando um medo mais, digamos, marxista.

Os nossos amigos do norte pararam de ser os pobres indefesos e invadidos e passam a assumir um papel muito próximo do deles.Eles são invasores, exploradores e mesquinhos.Só pensam em si mesmos e em sua falta de recursos naturais causada pelo seu consumo indevido.As comparações com a invasão do Iraque, que já dura quase uma década, são inevitáveis e, muito provavelmente, são desejáveis nesses tempos em que ser anti-estadunidense está na moda.

Nós, brasileiros, também podemos fazer uma comparação muito próxima.Afinal, os "Na'avi" (povo nativo da lua que os estadunidenses invadem durante a história) vivem em paz com sua natureza e com os animais.Os índios tupi-guarani aqui do Brasil viviam de maneira próxima.Sem proprieda privada ou trabalho escravo, nossos índigenas viviam para uma sociedade onde sua função jaá estava definida e todos viviam em paz com isso.

Mas os europeus, com seu mundo "desenvolvido" chegaram e foram aos poucos, retirando esses recursos.Com sua arrogancia, forçaram os índigenas a aprender o catolicismo e o protestantismo, acabando com toda a cultura social.O homem "industrializado" destrói a sociedade perfeita.De novo, Marx entra nessa história.
Fator 3:A história

Embora no início do filme ela se mostra confusa, o filme ganha ares reais de sequencialismo.Ou seja, a sequencia do filme nos acompanha cronologicamente, de maneira com que tudo o que parecia confuso é explicado em pequena míucias durante a película.

A história é fraca e repetitiva.Mas funciona, mesmo sem originalidade.E esse sempre foi o forte de Cameron, fazer com que história já contadas PAREÇAM novas.Isso é um dom que todo o diretor gostaria de ter.

O romance proíbido entre o homem e a princesa dos Na'vi lembra muitohistórias velhas como Pocahontas ou o já consagrado Titanic.Mas ninguém lembra disso, nem antes, nem depois da película

Por esses três fatores, dou nota 10 ao filme.Ele não é o melhor de todos, mas, daqui a 20 anos, será o primeiro de todos.

1 comentários:

Doutor Radioativo disse...

Ainda não vi o filme mais...será que essa crítica velada ao "imperialismo" americano é tão notável. Vindo do Cameron? Eu duvido muito.

Você assistiu em 3D?

Mesmo sem ver o filme, por todas as críticas que tenho lido, tenho certeza que a última frase de seu texto é bem verdadeira.

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