sábado, 7 de março de 2009

Alan Moore Parte 3 - Um mito


Quando Alan moore entregou a Dick Giordano, editor da DC Comics, o roteiro de "Who Killed the Peacemaker", história que pretendia revitalizar os antigos Super-Heróis da Charlton Comics, ele nem imaginava que estava criando um clássico das HQs de todos os tempos.
Giordano gostou do roteiro, mas tinha outros planos para os, recém-adquiridos, heróis da Charlton, então disse que Moore podia criar sua história em um universo paralelo, assim nasceu "Watchmen".

Esta série, com a arte de Dave Gibbons, foi a HQ que quebrou todos os conceitos do mito Super-herói, é verdade que o terreno já estava preparado, graças a "O cavaleiro da Trevas" e "Batman: Ano um", ambas de Frank Miller, mas foi com Watchmen que o paradgima do Super-Herói foi destruido e foi graças a Watchmen que a indústria de HQs viu nascer um novo estilo de se fazer quadrinhos e, consequentemente, um novo mercado, o de HQs adultas.
Watchmen foi um sucesso de critíca e ganhou diversos prêmios.

Não é de se surpreender, mas, depois de Watchmen, Alan Moore alcançou o estrelato, porém não ficou feliz por muito tempo. Certa vez foi a uma convenção de HQs em San Diego (atual San Diego ComicCon) e foi prensado contra a parede por fãs querendo seu autógrafo. Moore jurou nunca mais ir a uma dessas convenções.
Alan Moore também não estava satisfeito com a DC Comics, não concordava com os royalties pagos por Watchmen e nem com o selo "for mature readers"(para leitores adultos) que a editora colocava em suas HQs.
Moore não trabalhava para Marvel desde quando escreveu Capitão Bretanha, ainda na Inglaterra, resolveu que abadonaria também a DC e os quadrinhos Mainstream como um todo.

Antes de sair, concluiu a série "V de Vingança", que ficou incompleta na época da Warrior. Esta última foi lançada já pelo selo Vertigo, a contragosto do autor. Seu próximo projeto para a editora seria "Twilight of the Superheroes", serie que foi engavetada e teve, anos mais tarde, seus conceitos reutilizados na série "Reino do Amanhã" de Mark Waid e Alex Ross. Waid nega o reaproveitamento das idéias de Moore.





Moore ainda estava no auge, e voltou a escrever as histórias de Marvelmen, agora para Editora Eclipse e com o nome de Miracleman, para evitar problemas com a Marvel.
Mais uma vez Moore dançou e brincou com os conceitos dos Super-heróis, fez grandes homenagens a todo o mito do Superman e do Capitão Marvel, causou polêmicas ao mostrar o parto (literalmente) de um Deus e conseguiu, mais uma vez, criar um clássico. Quem assumiu os roteiros de Miracleman com a saída de Moore foi seu "discipulo" Neil Gaiman, mas a série passa até hoje por sérios problemas judiciais entre Neil Gaiman e Todd McFarlane, que comprou a Editora Eclipse.

Nesta época, Moore foi convidado a escrever o roteiro de "Robocop 2", ele recusou e quem acabou escrevendo o roteiro do filme foi Frank Miller.



Em 1988, Moore criou, juntamente com sua esposa, a editora Mad Love Publishing, onde lançou a revista "Mirror of Love" em apoio a causa GLS, que sofria com o governo de Margareth Tatcher. Ainda em sua editora, publicou "Brought to Light", em parceria com Bill Sienkiewicz, onde expôs sua pesquisa sobre a CIA, organização de espionagem norte-americana, e todos os seus podres, o projeto foi interrompido, devido a falta de apoio de algumas distribuidoras inglesas.
Ainda na companhia de Bill Sienkiewicz, começou "Big Numbers", série minuciosamente planejada, que era um ambicioso projeto misturando Teoria do Caos e Matemática Fractal, história que também não chegou ao fim, devido ao complexo texto de Moore e a pretenção de ser uma obra-prima, antes mesmo de ser realizada.

Moore ainda desenvolveu o roteiro de um filme chamado “Fashion Beast”, em parceria com Malcolm McLaren, o produtor da banda Sex Pistols, o filme também não saiu do papel.

Em 1989, decidiu colaborar com a revsita Taboo, de seu antigo parceiro Steve Bissete, onde começou dois projetos:

Do Inferno - Uma detalhada pesquisa sobre "Jack, O estripador", em parceria com Eddie Campbell. O trabalho ficou inconcluso, o final de "Do inferno" só foi publicado em 1998, quase dez anos depois.

Lost Girls - Uma pornografia em quadrinhos, usando personagens famosas da literatura infantil. Mais uma vez, Moore foi polêmico, porém esta série ficou ainda mais tempo interminada, já que Melinda Gebbie, pintou toda a série a mão e demorou muito tempo para faze-lô.

Como é visivel, depois de abadonar as grandes editoras, Moore concluiu poucos projetos.





A única HQ que ele publicou na integra, foi um projeto mais intimista e pessoal, chamado "A Small Killing", em parceria com o argentino Oscar Zaráte. A série foi publicada pela VG Graphics, na Inglaterra, em 1991 e conta a história de Timothy Hole, publicitario que, durante uma viagem de avião, relembraba diversos fatos de seu passado, e de como não se arrepende de nada que tenha feito, mesmo sabendo que o que fez não é nada certo.

Devido a todos estes projetos incompletos ou engavetados, A Mad Love faliu, e a Taboo também deixou de ser publicada. Moore se divorciou e estava cada vez mais afundado nas drogas.
Apesar de tudo isto estava decidido a não mais trabalhar para grandes editoras de HQs. Watchmen foi seu maior sucesso, mas também foi o inicio de seus problemas.

Ele ainda passou por uma fase ruim, mas conseguiu se reerguer, veremos tudo isto e detalhes sobre sua curta carreira de ator teatral na próxima parte desta biografia. Não perca!







Curiosodades:

- Veja aqui, um episódio (em inglês) da série de TV "Architects of Fear" uma das, muitas, inpirações de Moore para criar Watchmen!

- A Mad love publicou outras histórias de apoio a causa GLS, em parte, porque a esposa de Moore, e também dona da editora, era bissexual.

- Veja uma entrevista com Steve Bissete, editor da Taboo, no Mais Quadrinhos.

- "A Piada Mortal" só foi concluida e publicada em 1988, quando Moore não trabalhava mais para DC.

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