domingo, 28 de setembro de 2008

A história das HQs – The End?



Apesar de os anos noventa terem sido sofríveis para quem colecionava HQs, algumas coisas boas foram lançadas naquela época. Entre elas, destacam-se as histórias do já citado selo Vertigo. Sandman de Neil Gaiman, Os Invisíveis de Grant Morrison, Homem-Animal, também de Morrison e HellBlazer de Jamie Delano. E Também do selo Epic Marvel, de obras autorais da Marvel, entre elas Dreadstar de Jim Starlin.

Pode-se dizer que após os anos noventa, a indústria de HQs não mais passava por crise financeira, mas sim de uma crise de qualidade. A Image Comics que, como já dito, era formada por artistas vindos, em suma, da Marvel Comics, também sofreu com problemas contratuais, já que todos os seus títulos eram autorais, o autor tinha o direito total sobre a obra, podendo levá-la para outra editora. Com esta política a “divisão” da Marvel, também se dividiu, formando dois estúdios, Top Cow e Wildstorm, posteriormente o selo Wildstorm foi comprado pela DC Comics.

Se esta era tinha algo a ensinar as grandes editoras, era que o antigo modelo de Super-Heróis já não funcionava, era preciso uma reformulação no modelo dos personagens. Foi vendo as obras do Selo adulto da Dc Comics que tiveram a idéia de trazer um pouco daquilo para o universo normal das editoras. Em 1999, Warren Ellis e Bryan Hitch publicaram aquela que ficou conhecida como a primeira HQ do século 21, The Authority. A série era sobre super-heróis, porém tratados de um modo totalmente novo, eles não eram modelo social ou tinham identidades secretas, eles eram muitas vezes maus e tinham defeitos humanos. Toda esta temática já vinha sendo tratado em histórias como Sandman, por exemplo, mas antes de Authority, não haviam chegado ao mundo dos super-heróis.

Após isto, Marvel e DC começaram a se utilizar da mesma fórmula, uma equipe criativa renomada e super-heróis mais realistas como tema. No ano 2000 o Comic Code foi oficialmente aposentado. Com o foco nos roteiros, e não na arte como foi nos anos noventa, e sem a antiga censura, estava tudo armado para que uma nova era se iniciasse nas HQs, mas faltava alguma coisa. Em 11 de setembro de 2001, ocorreu o fatídico ataque as Torre Gêmeas, ataque que refletiu em todo o mundo, inclusive na indústria de HQs americana.





O Mundo dos quadrinhos, definitivamente, não podia mais ser o mesmo após os ataques. O Mundo era um mundo de loucos e inescrupulosos, os heróis deveriam ser loucos e inescrupulosos, acompanhando assim o mundo a sua volta.
A política e a crítica social invadiram as HQs e novos temas puderam ser abordados, desde homossexualismo até o imperialismo militar norte americano.

Outros fatores contribuíram para esta nova era, entre elas, a reaproximação da indústria cinematográfica das HQs, além das adaptações propriamente ditas, de HQs para o cinema, autores consagrados das HQs, passaram escrever roteiros cinematográficos e vice-versa.
Existem muitos fãs que não gostaram desta nova atitude, tanto dos heróis como da própria indústria de HQs, e esta nova fase “realista” em que as HQs se encontravam no inicio deste século, era duramente criticada, inclusive por nomes renomados das HQs, Jack Kirby, sempre se diz insatisfeito com o rumo que as HQs tomaram.

Podemos dizer que após a consolidação deste novo sistema, o rapido advento da internet contribui para mais uma mudança, o inicio das WebComics e dos Scans. O primeiro são HQs feitos em formato especifico para serem lançados na internet e o segundo consiste em páginas scaneadas de revistas visto pelas grandes empresas como pirataria. A grande rede, contribuiu para que artistas que não tinham chance nas editoras, pudesem mostrar seu trabalho.

Hoje o mercado já está bem mais diversificado, mesmo em se tratando de super-heróis, encontramos por aí, HQs de todos os tipos e gêneros. No Brasil, o maior nicho de histórias está ainda nas HQs infantis e de humor.

Daqui pra frente não há mais história para contar, o que temos de fazer é continuar com o saudável hábito de ler HQs, sejam elas de que tipo for, e acompanhar a evolução deste vasto mercado.
Como disse no inicio desta matéria é impossível precisar de onde vieram exatamente as HQs, assim como é impossível precisar pra vão às mesmas. Não deixe de acompanhar o Radioativo, tentarei sempre manter matérias como esta por aqui. Nos vemos por aqui!





Bibliografia da Parte cinco:
-2004. Kaboom Quadrinhos Ano1 nº 1- Editora Eclipse
-2008. As eras dos quadrinhos, texto de Guilherme Smee, publicado no Fanboy


A História das HQs:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4

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