domingo, 17 de agosto de 2008

A História das HQs – Sex, Drugs & Comics

Como vimos na parte dois, nos anos 50 o Comic Code Authority, limitou a criatividade da maioria dos autores de HQs da época. Entre outras coisas o código proibia:

- Mostrar um crime de modo a gerar simpatia ao criminoso.
- Palavras, como crime, assassinato, macabro, terror e horror, estavam extintas das capas das revistas.
- O nudismo e o erotismo, banidos, e as mulheres não podiam ter exageros em sua anatomia.
- Os romances deveriam retratar a santidade do casamento.


Após isto, apenas nos anos 60, os super-heróis recuperaram seu lugar de destaque, porém todos eram obrigados a passar pela seleção do Comic Code, o que impediu varias histórias de serem lançadas e tornou as que saíram, exageradamente inocentes. Mesmo neste cenário, grandes mestres das HQs, como Stan Lee e Jack Kirby, conseguiram criar histórias tidas como clássicos até hoje.


Enquanto nos Estados Unidos, a censura e a repressão tomavam conta das HQs e a televisão tomava seu lugar no mundo do entretenimento.



Na Europa os quadrinhos já eram reconhecidos como forma de arte. Foi em 1962 que Jean-Claude Forest criou Barbarella, clássico das HQs eróticas e de ficção-científica. Jean-Claude, o cineasta Alain Resnais e outros autores de HQs, também foram responsáveis pela criação do “Clube des Amis de La Bande Desinnée”, grupo que fazia exposições palestras por toda a Europa e foi responsável pela consolidação do gênero naquele continente. Entre 1960 e 1980, grandes talentos surgiram na Europa, como Milo Manara, Magnus, Jean Sole, René Pétilon, além de todos os talentos revelados na revista Pilote.

No Brasil, o terror dominava a cena, que tinha se iniciado com O Tico-Tico, em 1905 e que até os anos 60 tinha basicamente, HQs infantis e de humor. Em 1951 a editora La Selva publicou Terror Negro, iniciando o reinado de terror que dominou o Brasil até meados dos anos 80. Em 1959, era publicada na Folha de São Paulo a tirinha de Bidu e Franjinha, pelo, então repórter Policial, Mauricio de Souza. Em 1970, era Criada a Turma da Mônica.



Nos Estados Unidos, no fim da década de 60, explodia a contracultura hippie e os manifestos contra a Guerra do Vietnã. Foi neste contexto que surgiu um grupo de quadrinistas, que, provavelmente, nem conhecia o Comic Code Authority, ou o ignoravam completamente.
O primeiro deles foi Robert Crumb que escreveu Help!, Editada por Harvey Kutzman, parceiro de C. Gaines na criação da MAD. Após isto desenhou, imprimiu e distribuiu, junto de sua esposa, usado um carrinho de bebê, a Zap Comics.
Outros se juntaram a Crumb em sua empreitada e publicaram seus trabalhos na Zap, indo de frente ao Comic Code e enfrentando também todo o mercado editorial de HQs, que era dominado pela Marvel e pela DC.
Era criado assim, o meio underground das HQs, que pode ser tido como o inicio da queda do CCA.

Além da Zap Comis, outros trabalhos importantes desta época são: Fabulous Furry Freak Brothers, Texas Ranger, entre outros.

Após o surgimento da TV, em meados de 1960, no Japão, eram criados os Animes, que são adaptações dos mangás, em desenho animado, gênero que fez, e ainda faz, muito sucesso. No Japão são produzidos centenas de animes anualmente.

Em 1984, a Marvel publicou “Guerras Secretas”, que foi o primeiro evento que envolvia todos os personagens da Editora. A pesar de ter publicado dois anos antes “Torneio dos Campeões”, Guerras Secretas foi a primeira Saga com o intuito de mudar todo o Universo da editora.

Em 1985, a DC publicou “Crise nas Infinitas Terras”, que tentava arrumar as incoerências cronológicas que ocorreram após as reformulações dos personagens na década de 60.



Editorialmente, todas essas sagas tinham o objetivo de aumentar as vendas, porque os super-heróis estavam mais uma vez em crise, graças às limitações criativas impostas pelo CCA, que mesmo já não agindo mais de maneira tão autoritária como antes, ainda limitava muito a criatividade dos autores.

Em 1986, foi publicada Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbos, história que abalou a mercado editorial, porque trazia conceitos, até então, inéditos nas HQs. Pode-se dizer que, a partir daí, o Comic Code iniciou sua queda rumo à extinção.

Na parte quatro, você verá o que foi a famigerada “Era Image” e os anos 90. Além do fim definitivo do Comic Code Authority. Não Perca!

Bibliografia da Parte quatro:

- 2004. Kaboom Quadrinhos Ano1 nº 1- Editora Eclipse
- 2005. 100 anos de O Tico-Tico, texto de Henrique Magalhães, publicado no UniversoHQ.
- 2008. Wizmania Especial nº1 – Panini Comics

1 comentários:

Sr.C disse...

PQP!!

Quando "As Histórias dos Hqs" acbar vou imprimir e encardenar!

Sério!Tô adorando essa bagaça.

Mal posso esperar as próximas edições

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