domingo, 29 de junho de 2008

Os Invisíveis- Resenha 1




Existem HQs que são feitas apenas para mera diversão de quinze minutos, existem outras que são verdadeiras obras da arte seqüencial. Aqui Morrison quer mais, quer mudar o mundo com sua arte, atitude pretensiosa, mais ele o faz com maestria.

Uma obra que deve ser analisada por capítulos.


Beatles Mortos- Aqui conhecemos Dane Mcgowan, um jovem que passa o dia “se rebelando” contra o sistema, bombardeando a escola com coquetéis Molotov, roubando carros e vendo espíritos de pessoas mortas, porém ao tentar explodir a escola toda de uma vez, ele acaba indo parar na Casa Harmonia, local para reintegração de jovens delinqüentes. O que ninguém sabe é que a casa harmonia, na verdade é um local para cultos a seres estranhos e que os jovens ali, são usados para “alimentar” esses seres. Depois de uma seção psicodélica, na presença da cabeça de John Lennon, King Mob sai para o resgate de Dane, que realiza com sucesso, agora Dane faz parte dos Invisíveis, mas antes de ser recrutado oficialmente para o exercito, ele precisa ser treinado, assim King Mob, o larga na rua, e ele precisa sobreviver.


Tão Fodido no céu, Quanto no Inferno- Nas ruas, Dane conhece seu mestre e tutor, Tom Louco, um mendigo que não fala nada com nada, mas os dois se tornam amigos e começa o treinamento de Dane, Aqui Dane, e os leitores, conhecem verdade sobre o mundo, e é neste arco que se encontram as maiores, e famigeradas, coincidências com a saga cinematográfica Matrix, porém tratadas aqui de maneira muito mais profunda. Tom Louco mostra a dane que somos todos controlados por forças maiores, e que eles estão presentes em todo momento, graças a uma seção de “Mofo Azul” e de uma troca de olhos com um pombo (!), Dane se liberta, e começa a pensar de verdade, conhece o verdadeiro mundo a sua volta, está pronto para ser um Invisível.


Arcádia- Aqui é bom dar um tempo, e reler a primeira parte pra ter certeza que não perdeu nada. Aqui é fácil entender porque muitas pessoas abandonaram a série depois deste arco, ou consideraram Os Invisíveis uma obra “hermética demais”. Uma história que ocorre em dois tempos, passado e presente, porém não define em momento algum uma divisão de tempo, viagens temporais, mitologia asteca, sexo sádico, e muitas referencias literárias, não é de fácil digestão, o tipo de história que te acompanha, após fechar o álbum.

Dane que agora é Jack Frost, é treinado por Boy nas artes marciais, ele precisa estar preparado para luta, também conhecemos um pouco mais sobre os Invisíveis e seus integrantes, Lord Fanny pode ser tido como o alivio cômico da história, que repito, é extremamente pesada e precisa de um alivio cômico.

Os Invisíveis fazem uma viagem no tempo, para época da revolução Francesa e do Iluminismo, em busca do Marquês de Sade, porém algo dá errado em sua volta e eles se separam, King Mob, Boy e o Marquês vão parar dentro de um dos contos de Sade, “120 dias de Sodoma”, um conto com cenas chocantes de sexo grotesco e sérias criticas sociais a época, porém belamente ilustradas, depois acabam em Chicago, onde o Marquês já “realiza” sua primeira missão. Ragged Robin vai parar em uma igreja dos templários onde encontra a cabeça de João Batista e passa por uma experiência reveladora. Jack e Fanny são os únicos que voltam ao moinho, porém são atacados por Orlando, uma entidade vinda do “Lar dos descarnados”, para acabar com os Invisíveis, no fim Orlando é derrotando pela encarnação do Deus Asteca da Morte, que possui Lord Fanny. Paralelamente a tudo isto, temos a história de dois poetas famosos, da é poça da revolução, e de Mary Shelley, autora de Frankenstein, as duas histórias podem parecer não ter nada em comum, mas se olharmos com atenção, percebemos até personagens em comum.


No Geral, Os Invisíveis, não é uma obra feita para todos, diverte sim, em grande estilo, e ainda deixa qualquer um com “a pulga atrás da orelha”, por um motivo ou outro. A arte só decai um pouco em “Tão Fodido no céu, quanto no Inferno”, onde Steve Yowell desenha Jill Thompson, consegue fazer até mesmo as cenas mais chocantes e grotescas de “Arcádia” parecer uma obra de arte.


A edição Brasileira ficou ótima, apesar do tamanho reduzido, com um excelente prefácio e um ótimo posfácio, o único pesar está no Índice de Referências, está certo que para listar todas as referências presentes na obra seria necessário outro encadernado, mas optar por “Taxi ao contrário” e em nenhum momento lembrar da citação a “Mão da Glória”, feita no segundo capítulo, foi um erro.


Termino com as mesmas palavras do final do posfácio da edição Brasileira: “È melhor que você Liberte sua mente. Junte-se a Revolução!”

1 comentários:

Sr.C disse...

Nussa!

Viagens temporais, objetos sagrados e deuses da morte..

Isso parece Preacher XD

Zueira.

Muito bom o review,parabens!

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